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quinta-feira, 31 de março de 2011

Ícaro

 

Insensato.
Inda que proibido voaste,
Imitaste Ícaro.
Embebedaste de ópio do amor.
Sorveste cada gota.
Insensato.
Voaste alto, inadvertido esqueceste
Serem ceras a liga de tuas asas.
Fechastes os olhos no acariciar da brisa,
Aqueceste ao calor do sol.
Desesperado,
Queria ser livre,
Desejava saciar com a plenitude de amar,
Ser amado no perfeito jeito divino.
Esqueceste das asas emprestadas e elas
Carregavam um menino,
Insensato.
Desesperado não se conteve,
Elevou-se, acelerou, planou e seus olhos
Buscou em todos os lugares o brilho do olhar dela.
Seus ouvidos escutaram todas as musicas, sons, ruídos, gruídos desejando
Ser dela o chamado.
Nos ares,
Contempla o abraço, o brilho do olhar,
Dela.
O aroma, a magia.
Desavisada ela alada encantada pensava ser ele igual.
Insensato, mortal.
Tal qual Ícaro de asas enxertadas tão perto chegou, dela.
E de divino a lhe ofertar tinha apenas seu amor.
Isso a conquistou,
Apenas tocou seus lábios com um beijo,
Acariciou seu coração.
Mas... O calor do sol o derrubou, arrancou de si as asas,
Caiu, girou, girou.
Precipitado foi no mar
Que em seu abismo o seu divino amor...
Sepultou.

Adalberto Z


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