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quinta-feira, 31 de março de 2011

Inebrio

Parei de dizer o que sinto
Vou sorrir apenas,
Com as mãos vendando os olhos
Para que eles janelas da alma
Não denunciem minha dor
Enganarei meu coração
Com risos e inebrio do aroma de tua flor.
Descerei e subirei as estações da vida
Gritando em silêncio
Escondendo as cordas do poço
Cativeiro do meu amor.



Inebriated


I stopped to say what I feel
I'll just smile,
With hands blindfolded
For them windows of the soul
Do not denounce my pain
Deceive my heart
Inebriated with laughter and the scent of your flower.
Ascend and descend the seasons of life
Screaming in silence
Hiding the strings of the well
Captive of my love.




Adalberto Z

Imperceptível

Quase imperceptível tal qual uma estrela,
Ele foi gerado, tão pequenino e frágil
Lentamente tomou forma, cor, aroma e ardor.
Espalhou-se sistemicamente a partir do coração.
Tomou todos os poros,
Invadiu todas as brechas,
Libertou todas as dores,
Aprisionou todas duvidas,
Preencheu todos os vazios,
Apurou toda sensibilidade,
Fazendo sentir na pele o descontrole a ponto
De fazer voar o pensamento e ampliar
Sobremaneira o desejo.
Descontrolado cresceu, deixou de ser menino,
Pequenino, inofensivo.
Gigante e ousado criou asas e voou,
Livre, não se deteve sob as ordens de ater-se aos
Grilhões, desobediente como gladiador irrompeu
Conquista de um coração de pedra,
Que chorava as madrugadas frias, vazias.
Destruiu fortalezas, queimou incertezas,
E com destreza abriu um novo caminho.
Batalhou contra a razão de um coração apaziguado, reservado.
Alado, na forma de águia cravou suas afiadas
Garras no invólucro blindado deste coração.
Gerado, recebeu a ordem anterior a vida concedida,
Por livre esse tal coração solitário!
Aqueceu com seu calor,
Satisfez com sua alegria,
Conquistou com seu sorriso,
Arrepiou com seu tato,
Acarinhou com seu abraço,
Descansou com seu colo,
Acelerou com seu beijo,
Realizou com seu amor,
Fez sonhar com seu jeito,
Perfeito, nos passos ou no leito.
Fez em um, presente e futuro.
Quase imperceptível tal qual uma estrela,
Ele foi gerado, tão pequenino e frágil
E de passo em passo cresceu dentro de mim
O seu gigantesco e avassalador amor.

Adalberto Z

Suplicas

Suplicas
Que seja perdoado o meu pecado
Se o que sei é amar.
Que seja blindado meu coração
Se o que deseja ele é amar.
Que ceguem meus olhos
Se o que vê é o encanto de amar.
Que me tosem as asas de minha alma
Se o que deseja é voar onde esta o amor.
Que me acorrentem os pés
Se o que apressam eles a correr para amar, ela.
Que açoitem com palmatória as mãos
Se o que sabem é tocar com vicio o amor.
Que dêem ordens ao meirinho a me prender
Se todas as forças que tenho é por amar.
Que seja perdoado meu pecado
Se o que implora os meus olhos é amar.
Suplico façam do culpado inocente,
Arranque do peito o desejo insistente,
Se não for este ser apaixonado...
Livre para amar

Ícaro

 

Insensato.
Inda que proibido voaste,
Imitaste Ícaro.
Embebedaste de ópio do amor.
Sorveste cada gota.
Insensato.
Voaste alto, inadvertido esqueceste
Serem ceras a liga de tuas asas.
Fechastes os olhos no acariciar da brisa,
Aqueceste ao calor do sol.
Desesperado,
Queria ser livre,
Desejava saciar com a plenitude de amar,
Ser amado no perfeito jeito divino.
Esqueceste das asas emprestadas e elas
Carregavam um menino,
Insensato.
Desesperado não se conteve,
Elevou-se, acelerou, planou e seus olhos
Buscou em todos os lugares o brilho do olhar dela.
Seus ouvidos escutaram todas as musicas, sons, ruídos, gruídos desejando
Ser dela o chamado.
Nos ares,
Contempla o abraço, o brilho do olhar,
Dela.
O aroma, a magia.
Desavisada ela alada encantada pensava ser ele igual.
Insensato, mortal.
Tal qual Ícaro de asas enxertadas tão perto chegou, dela.
E de divino a lhe ofertar tinha apenas seu amor.
Isso a conquistou,
Apenas tocou seus lábios com um beijo,
Acariciou seu coração.
Mas... O calor do sol o derrubou, arrancou de si as asas,
Caiu, girou, girou.
Precipitado foi no mar
Que em seu abismo o seu divino amor...
Sepultou.

Adalberto Z